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Saab Global

Uma solução para mares mais seguros

5 min read

Mais de 90% do comércio mundial corre pelos mares, assim, quaisquer distúrbios ao fluxo mundial pode ter sérias consequências. Minas navais são armas baratas, mas de baixa tecnologia, que podem causar problemas para o comércio e comunicação, mas o novo sistema de neutralização de minas MuMNS da Saab pode ser um grande avanço na resposta à guerra contra minas.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mais navios foram perdidos para uma única arma naval do que qualquer outra. Mas não se trata de mísseis anti-navio, torpedos ou ataques terroristas; são as minas navais.

Minas navais não têm muito impacto na consciência pública já que são explosivos de características pouco notáveis em uma esfera de ferro, normalmente posicionadas sob a superfície da água (minas flutuantes) ou no fundo do mar (minas subaquáticas). Ali ficam flutuando ou ancoradas em silêncio por semanas, meses ou até anos, até que um navio ou submarino as atinja diretamente, ou produza o sinal magnético, acústico ou de pressão correto para acioná-las.

Essa explosão pode ser tão devastadora como a de um míssil, por exemplo. Durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991, em apenas quatro dias o USS Princeton e o USS Tripoli da marinha americana foram tirados de ação por vários meses pelos danos causados pelas minas navais iraquianas.

E quando você considera que 90% do comércio mundial passa por rotas marítimas, ao mesmo tempo que muitas das linhas de comunicação transcontinentais do mundo são instaladas no fundo do mar, fica claro que as minas navais podem ter um efeito completamente exorbitante em relação ao baixo custo.

Impacto estratégico por baixo custo
"Uma mina naval te oferece negação de área. Elas são baratas e um modo muito eficiente de fazer uma campanha marítima", explica Chris Lade, Gerente de Vendas de Defesa e Engenharia na Saab Seaeye. Antes de embarcar na Saab, Lade passou 31 anos com a Marinha Real Britânica como mergulhador da marinha, instalando cargas para neutralizar minas marítimas, e planejador de operações durante a segunda Guerra do Golfo para liberar acesso às águas estratégicas iraquianas para navios aliados.

"São utilizadas em rotas marítimas fundamentais, como o Estreito de Hormuz no Oriente Médio, o Estreito de Malaca na Indonésia, Bósforo na Turquia ou a entrada de Categate ao Mar Báltico. Se estes 'pontos de estrangulamento' estiverem fechados por minas, isso tem um grande impacto estratégico por um custo relativamente baixo.

"Algumas vezes, Marinhas até fizeram parecer que haviam instalado minas. A ameaça por si só é o bastante para abalar linhas de comunicação marítimas, impactando comércio, logística e patrulhas navais", disse Lade, que também deixou claro que isso contraria a Convenção de Haia sobre a utilização de minas.

A Saab recebe muitos pedidos referentes à produção de minas navais porque continuam tão relevantes quanto antes devido à sua relação entre eficácia e custo e o fato de darem para Marinhas, grandes ou pequenas, a capacidade de adaptar sua infraestrutura naval e de compensar ou reforçar seus equipamentos existentes.

Desvantagens das tecnologias atuais
Nos últimos 40 anos, a introdução de Veículos Operadores Remotamente (ROVs) eliminou em grande parte a necessidade de mergulhadores removerem minas, embora certas situações ainda exijam tal especialidade.
Um dos primeiros sistemas, o PAP da ECA, usava uma câmera para verificar se era uma mina (e não uma rocha) antes de lançar uma carga. O sistema "one-shot" (uma carga) mais recente usa uma carga muito menor e forjada que disparam uma bala de alta energia que é eficiente contra todas as minas, mesmo aquelas com explosivos pouco sensíveis.

Mas estes sistemas são muito lentos, pois precisam das fases de busca e recuperação, ou são "disparar e esquecer". "Uma vez lançado um sistema de minas de um tiro, ele não pode ser trazido de volta; está armado," diz Lade. Os "one-shot" mais leves também têm dificuldade de navegar em fortes correntes marítimas.

Sistemas "one-shot" também são caros, já que cada mina marítima requer a utilização do sistema numa base de um para um, não sendo possível a sua reutilização. A história nos diz que as minas navais são instaladas em lotes de centenas ou milhares, o que torna isso uma abordagem muito cara.

A solução da Saab
A solução da Saab para estes problemas representa um avanço na direção de mares mais seguros. Foram seis anos de desenvolvimento, envolvendo uma equipe de 12 pessoas, incluindo Lade. Ela começa por combinar as melhores características dos sistemas PAP e "one-shot". O MuMNS (Multi-Shot Mine Neutralisation System) da Saab pode mergulhar e usar uma câmera para identificar um alvo, justo como o antigo sistema PAP, mas também carrega uma carga de detonação como o "one-shot" mais leve.

"A graça do MuMNS é que você tem três armas ao invés de uma, e você possui um ROV que tem 'seis graus de liberdade': ele pode navegar de cabeça pra baixo, navegar em 360 graus, e visualizar uma ampla gama de alvos em uma área extensa. Ele pode ser deixado na água em vez de precisar ser recolhido pelo navio para ser recarregado", disse Lade. Além disso, também tem a capacidade de operar a partir de um Veículo de Superfície Não-Tripulado (USV), uma plataforma de 12 metros controlada remotamente.
Depois que o MuMNS é acoplado, um receptor de rádio flutua até a superfície, a carga é então disparada remotamente do "navio mãe" no horizonte ou além dele.

"Isso é tirar o homem do campo minado", disse Lade.

Com duas marinhas europeias prestes a receber a entrega de MuMNS em 2020, Lade experimenta a ansiedade e entusiasmo de um pai na expectativa.

"O MuMNS vai mudar a forma de guerra contra minas no mundo inteiro e manter muitos navios e pessoas seguras".